quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cão volta a andar depois de tratamento com células-tronco no PA

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, em parceria com o Instituto Evandro Chagas, desenvolve uma pesquisa que utiliza células-tronco para ajudar na recuperação de movimentos de cães vítimas de fraturas na medula espinhal ou de vírus que paralisam os membros. Um dos cachorros que fazem parte da pesquisa recuperou os movimentos das patas traseiras em pouco tempo. O tratamento ainda está em fase experimental e ainda não está disponível para a comunidade.
“Ele conseguiu levantar, andar e quer até correr”, conta a fisioterapeuta Silvia Gatti sobre a atual situação de seu cão Bradock, um vira-lata de seis anos.

Nos dois últimos meses, a situação de Bradock mudou. O cão recuperou os movimentos, um resultado que surpreendeu os médicos veterinários e os donos do animal. “Nos indicaram até que sacrificássemos o animal. Meu marido não se conformou e mudou de médico. Foi quando ficamos sabendo da pesquisa da UFRA. O Bradock andava se arrastando pela casa, e na primeira semana de aplicação já apresentou reações nas patas traseiras, contrações e vários sinais de melhora, que fomos percebendo ao longo dos dias”, diz Silvia.

Pesquisa
O trabalho é desenvolvido por uma equipe formada por três cirurgiões, dois anestesistas, um radiologista, um clínico geral, alunos da graduação e pós-graduação da UFRA e a equipe do Laboratório de Citogenética e Cultivo Celular do Instituto Evandro Chagas. A pesquisa é coordenada pela médica veterinária Érika Branco, doutora em Ciências, que trabalha com células-tronco desde 2004. O objetivo é conseguir resultados eficazes para que no futuro o tratamento seja oferecido de forma gratuita para a população.
“Estamos trabalhando em dois projetos: um busca recuperar o movimento de cães que sofreram trauma medular, principalmente após atropelamento ou maus tratos, sofrendo fratura da coluna, com secção total ou parcial da medula espinhal; o outro é com animais com sequelas neurológicas após terem contraído o vírus da cinomose, ocasionando, assim, paralisia dos membros”, explica a pesquisadora.
Na pesquisa, é retirado um fragmento de gordura próprio animal, o que elimina os riscos de rejeição. É o Instituto Evandro Chagas que cede o espaço do Laboratório de Citogenética e Cultivo de Células para que os pesquisadores realizem a conversão do tecido da gordura em células-tronco, que apresentam capacidade de autorrenovação e diferenciação em múltiplos tipos de células-órgão específicas.
Mas, apesar dos resultados positivos, a veterinária alerta sobre a necessidade de muita pesquisa, estudo e experimentação para que os resultados se confirmem. “O que nos preocupa é o comércio irresponsável que está ocorrendo no mercado, com células-tronco sendo vendidas por R$ 2 mil por aplicação e ainda sem eficácia comprovada, já que tudo ainda é muito experimental e falta literatura científica sobre esse assunto”, diz a pesquisadora.

Células Tronco curam Obesidade

Uma pesquisa científica recentemente publicada suspeita ter encontrado a cura para a obesidade. A cura estaria em utilizar uma injeção de células tronco, com gordura marrom, em indivíduos obesos. O resultado é a transformação da gordura branca (má) em gordura marrom (boa) que, consequentemente, leva ao emagrecimento. A gordura marrom é encontrada em grande quantidade nos bebês e faz com que eles gastem calorias, energias e estas gorduras ao mesmo tempo, impedindo que se acumulem por um grande período. Quando há uma transformação da gordura marrom na gordura branca, o organismo passa a não utilizar esta gordura em grande quantidade, somente em último caso, quando o indivíduo faz uma dieta rigorosa e exercícios físicos. Com a descoberta, os indivíduos obesos que recebem a injeção da célula tronco terão as suas gorduras brancas modificadas, sendo mais fácil emagrecer e diminuindo o risco de diversas doenças. Este estudo é da responsabilidade de Johns Hopkins e ainda não foi realizado em humanos, portanto ainda mais pesquisas científicas serão necessárias até que o método seja aprovado.

Células tronco na menstruação

Cientistas japoneses conseguiram encontrar células tronco na menstruação. Estas células quando devidamente trabalhadas podem gerar tecidos como células nervosas, vasos sanguíneos e até mesmo células produtoras de insulina, sendo eficaz no tratamento de diversas doenças. Até o momento foram realizadas poucas pesquisas científicas sobre o assunto, mas é bom saber que existem outras formas de encontrar células tronco sem ter que ser pelo cordão umbilical dos bebês ou da medula óssea. Durante as pesquisas foram colhidas amostras do sangue menstrual de diversas mulheres e estas passaram por uma série de análises até que se observou que as células podem transformar-se em outros tecidos que podem formar órgãos. Esta pode ser a descoberta chave para resolver problemas de saúde grave como a diabetes e diversa doenças cardíacas utilizando as células tronco que são retiradas da menstruação. Essa conduta não é rotineira. Necessita de mais estudos sobre a viabilidade de células-tronco da menstruação.

Paraplégico Movimenta Pernas Após Tratamento com Células Tronco

Em abril de 2011, um paraplégico há nove anos voltou a ter a sensibilidade e a força nas pernas após um tratamento com as suas próprias células tronco. O tratamento realizado foi o de retirar as células tronco do osso do quadril do indivíduo e reimplantá-las na medula óssea, no local onde ele sofreu a lesão. Após esta pequena cirurgia, o indivíduo continuou fazendo fisioterapia e tem alcançado melhoras progressivas. Antes dessa descoberta não existia a cura para a paraplegia e o tratamento realizado para estes pacientes era somente de manutenção da circulação e do alongamento dos membros inferiores, para evitar que ficassem atrofiados.

USO DE CÉLULAS-TRONCO PARA RECUPERAÇÃO DE ARTROSE PRECOCE AVANÇADA NO JOELHO

A artrose é uma doença degenerativa que atinge as articulações e tem por principal característica o comprometimento dos movimentos do paciente. A doença surge, preferencialmente, em idosos; contudo, cada vez mais jovens entre 30 a 50 anos — em sua maioria portadores de síndromes de origem inflamatória e hemofílica — apresentam a artrose avançada precoce. O Santa Lúcia é o único hospital no Distrito Federal a realizar procedimento para tratamento da enfermidade para essa faixa etária utilizando células-tronco, desde sua coleta, processamento e reintrodução no paciente através de método cirúrgico minimamente invasivo. A técnica não abrange todos os casos, que devem ser avaliados individualmente pelo ortopedista, pois existem graus de artrose que não podem ser submetidos ao método devido a sua complexidade.


As células-tronco possuem a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo, como gordura, tecidos, ossos e cartilagem, por exemplo. Hoje, são utilizadas por diferentes classes cirúrgicas, e na ortopedia vêm permitindo avanços no tratamento de doenças ligadas às articulações. “O que fazemos é um procedimento de videoartroscopia, onde são realizadas microperfurações na região da cartilagem do joelho para o implante de células-tronco na articulação afetada”, informa o coordenador da Ortopedia e Traumatologia do Grupo Santa e especialista em joelho, Julian Machado.

Ainda segundo o médico, as células-tronco são processadas e concentradas para agir na reconstrução da cartilagem. “A recuperação da área operada se deve pela formação de um tecido muito próximo morfologicamente da cartilagem hialina (revestimento das articulações), e na diminuição do processo inflamatório pela presença de fatores de crescimento das células-tronco”. A recuperação leva de seis meses a um ano e deve ser acompanhada por equipe multidisciplinar composta por ortopedista, fisioterapeuta, fisiologista, hematologista e reumatologista (a depender da doença de base), além da participação de biomédicos no processamento das células.  

Células-tronco caçam e matam vírus da Aids

Uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, mostra que células-tronco podem ser geneticamente modificadas e transformadas em “guerreiras” para caçar e matar o vírus do HIV. Os cientistas responsáveis esperam que a descoberta possa ajudar a erradicar completamente a doença do organismo de pacientes infectados.







Para isso, foi identificada e isolada uma substância em leucócitos que os torna capazes de combater infecções. No entanto, como a quantidade de leucócitos que uma pessoa tem no organismo não é suficiente para acabar com o HIV, pesquisadores clonaram essa substância receptora e a colocaram em células-tronco geneticamente alteradas.
Então essas novas células foram implantadas em ratos de laboratório doentes, permitindo que eles estudassem a reação do tratamento em um organismo vivo. Como esperado, as “guerreiras” identificaram e caçaram, especificamente, as células infectadas com HIV. Quando isso aconteceu, os níveis de leucócitos do rato também aumentaram, deixando seu sistema imunológico mais forte e combatendo a doença com mais eficácia.
De acordo com o responsável pela pesquisa, Scott G Kitchen, esse é o primeiro passo em direção a um tratamento mais intenso, que irá fazer com que células tronco e leucócitos sejam capazes de livrar um organismo infectado do HIV. 



terça-feira, 29 de setembro de 2015

Voltarelli foi responsável pelo primeiro transplante de células-tronco em Ribeirão


Sertãozinho, meados de 2009. Ana Carolina Serra, 26 anos, já tinha perdido dois filhos – João Pedro morreu antes de completar cinco meses, e Kauan, no quarto mês. Causa das mortes: tuberculose pulmonar. Eles eram portadores de uma doença congênita conhecida como Deficiência Imunológica Continuada Grave, que transforma um simples resfriado numa doença letal.

Ana Carolina, então, soube que estava grávida. Depois de vencer o pânico, decidiu que iria lutar pela vida do terceiro filho. Procurou ajuda no lugar certo: Laboratório de Imunologia e Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas, em Ribeirão Preto. E entregou aos cuidados do imunologista Júlio Voltarelli o destino do filho que iria nascer em breve e seria batizado Davi.

Davi veio ao mundo em 3 de novembro de 2009. Enquanto Voltarelli e sua equipe acionavam bancos do mundo inteiro em busca de célula-tronco de cordão umbilical compatível, Ana Carolina, por ordem do médico, largou o emprego de balconista e ficou isolada com o filho, num quarto da casa da mãe, também em Sertãozinho.

Davi não podia ter contato com o mundo externo. Ninguém deveria se aproximar dele. As condições de higiene deveriam ser rigorosas. Tudo bem esterelizado. Poeira, nem pensar.

Foram seis longos meses de isolamento até que chegou a primeira e alvissareira notícia: o cordão umbilical salvador tinha sido localizado em Saint Louis, capital da Louisiana, nos Estados Unidos.

Os milagres

Depois de alguns preparativos, no dia 15 de julho de 2010, realizou-se o procedimento. O sangue, retirado do cordão umbilical, foi injetado na corrente sanguínea de Davi, como se fosse uma transfusão.

Vinte dias depois, Júlio Voltarelli e parte da equipe composta de 30 profissionais reuniram a imprensa no HC para anunciar o primeiro transplante do gênero feito em Ribeirão Preto.

Modesto, Voltarelli explicou que o primeiro milagre estava em andamento. “É preciso que a célula-tronco produza um novo sistema de imunidade, capaz de defendê-lo, o que não acontecia até agora, já que qualquer coisa provocava infecções graves”, disse.

O segundo milagre viria com a produção de linfócitos, capazes de combater os vírus agressivos mais fortes. Os linfócitos seriam produzidos em meio à aplicação de imunossupressores, utilizados para evitar a rejeição.

O terceiro e último milagre se daria quando Davi ficasse livre das drogas imunossupressoras. Quando fossem suspensas, significaria que tinha ocorrido a tolerância imunológica, ou seja, o organismo do pequeno Davi reconheceria as células estranhas. Assim, o imunologista estipulou que, em pouco mais de um ano, com a sucessão de milagres e a ajuda da ciência, Davi teria vida normal.

Davi morou um mês e meio no Gatmo (Grupo de Apoio aos Transplantados de Medula Óssea), ao lado do HC. Depois, em casa, seguiu o tratamento. Nada de contatos com o exterior. Continuou isolado, longe de outras crianças, dos primos e das tias. Mas, como previra Voltarelli, ao cabo de um ano, já estava livre de todos os tipos de remédios. Atualmente, visita a unidade do TMO (Transplante de Medula Óssea) a cada dois meses, para detalhados exames sanguíneos. E o milagre perseverou.

células tronco - Uma nova Saída


Células-tronco: a nova esperança de cura

Graças ao desenvolvimento da terapia celular, com as células-tronco, será possível, nas próximas décadas, restaurar células nervosas, ajudar na regeneração de órgãos como o fígado e o coração, e até chegar à cura do diabetes tipo 1 e de doenças degenerativas como a de Alzheimer.




Encontradas em todo o corpo, mas em maior quantidade na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, as células-tronco, também chamadas células progenitoras, são multiuso: após um processo de diferenciação, elas podem dar origem a outros tipos de células: um neurônio, uma célula muscular ou do tecido ósseo.
E por que isso é importante? Porque quando for possível controlar o mecanismo da diferenciação celular, será possível produzir, a partir de células-tronco, a maioria dos tipos de células que constituem o corpo humano e, assim, por meio de injeções dessas células, restaurar órgãos lesados.
Testes com ratos e camundongos submetidos a lesões cardíacas, feitos em diversos países, demonstraram que células-tronco da medula óssea e do cordão umbilical injetadas na corrente sanguínea desses animais migravam para o coração, originando novos vasos sanguíneos e tecido muscular. Uma das principais vantagens dessa terapia é a possibilidade de substituir cirurgias de revascularização e transplantes cardíacos.

Primeiros resultados

Atualmente, no tratamento da leucemia já são usadas células-tronco de cordão umbilical para regenerar a produção de células do sangue na medula óssea do paciente que é afetada pela quimioterapia. É uma alternativa de tratamento para quem não tem doador de medula óssea compatível na família.
Também estão avançadas as pesquisas com células-tronco para regenerar o músculo cardíaco de pacientes que sofreram infarto. E o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) é uma das poucas instituições de saúde brasileiras que realizam essa modalidade de pesquisa e tratamento na área de cardiologia. Através de um cateter, são injetadas células-tronco, retiradas do próprio paciente, no local adjacente à região do músculo do coração afetada pelo infarto.
O objetivo é estimular a proliferação de novas células em substituição àquelas que morreram. “Se os resultados forem o que esperamos, a mortalidade por problemas cardíacos deverá ser reduzida e a qualidade de vida melhorada”, acredita o dr. Alexandre Holthausen Campos, cardiologista e coordenador da pesquisa Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP).

Pesquisadores da Ufba usam células-tronco para tratar doenças nos ossos.

Pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia desenvolveram um tratamento contra doenças nos ossos com a aplicação das células-tronco. A Webtv UFBA foi até o Hospital Universitário conversar com o professor e Ortopedista Gildásio Daltro, que é o coordenador da pesquisa. 

O professor explica que a princípio o tratamento só pode ser feito com pacientes que sofrem de anemia falciforme, uma alteração genética no sangue que causa, entre outras complicações, a morte do tecido ósseo. A doença atinge principalmente a população negra, que é maioria no estado. Confira o vídeo e saiba mais sobre o tratamento



células-tronco para tratar doenças nos ossos

Cientistas testam técnica pioneira para curar tipo mais comum de cegueira

Na Inglaterra , os cientistas estão testando uma técnica que, futuramente, poderá ser a cura pra uma degeneração que provoca a perda da visão em pessoas mais velhas.
Peter Símon sofre da causa mais comum de cegueira: a degeneração macular relacionada à idade. Só no Brasil, 2,9 milhões de pessoas têm a doença. Gente como Peter, que tem um grande desejo: "Quero voltar a ver a minha família, meus netos, enxergar os rostos deles", diz.
O que hoje parece impossível, talvez um dia se torne rotineiro, como usar um curativo para tratar corte na mão. É mais ou menos isso que está sendo experimentado em um hospital de Londres. Uma mulher, de 60 anos, que quase não conseguia mais enxergar, passou por um tratamento inédito. Foi há um mês, mas a pesquisa só foi divulgada nesta terça-feira (29). Ainda não dá para dizer o quanto da visão ela vai recuperar, mas os médicos já têm uma boa notícia: o corpo não rejeitou o procedimento.


O tratamento começa com a retirada de uma única célula tronco embrionária. Essas células são como matrizes, capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo. A célula tronco é cultivada em laboratório e forma um tecido essencial à visão. O resultado parece um pequeno curativo. Ele é colocado sob a retina para substituir as células que se degeneraram com o tempo.
Embora seja cedo para anunciar a cura da cegueira por causa da idade, um dos coordenadores da pesquisa, professor Lyndon da Cruz, diz que a equipe deu um grande passo porque foi capaz de criar, em laboratório, células muito específicas e depois transferi-las para um paciente.Cientistas testam técnica pioneira para curar tipo mais comum de cegueira
"O tratamento é uma possibilidade real, não uma teoria”, diz o professor.
Outros nove pacientes que perderam a visão, total ou parcialmente, serão os próximos a receber o tratamento. Os resultados devem ser conhecidos nos próximos meses.






Pesquisa com células-tronco indica cura para diabetes tipo 1

Os esforços pela descoberta da cura para a diabetes tipo 1 recentemente "deram um tremendo passo", afirmaram cientistas.
A doença ocorre quando o sistema imunológico do corpo humano destrói as células que controlam o nível de açúcar no sangue.
Uma equipe da Universidade de Harvard usou células-tronco para produzir centenas de milhares dessas células em laboratório.
Testes em ratos mostraram que elas podem tratar a doença, procedimento que especialistas descreveram como "potencialmente um grande avanço médico".
Células beta no pâncreas produzem insulina para baixar os níveis de açúcar no sangue.
Mas o próprio sistema imunológico do organismo pode se voltar contra as células beta, as destruindo e deixando a pessoa com uma doença potencialmente fatal, pois o corpo passa a não conseguir regular o nível de açúcar no sangue.
A doença tipo 1 é bem diferente da diabetes tipo 2, que é de incidência mais comum por ser causada por um estilo de vida pouco saudável.
Coquetel perfeito
A equipe de Harvard foi liderada pelo professor Doug Melton, que começou sua busca pela cura da doença quando seu filho foi diagnosticado há 23 anos. Mais tarde ele teve outra filha diagnosticada com a doença.
Ele está tentando substituir aproximadamente 150 milhões de células beta usando a tecnologia das células-tronco.
O professor descobriu o coquetel perfeito de agentes químicos para transformar células-tronco de embriões em células beta funcionais.
Testes feitos com ratos – cujos resultados foram publicados no jornal científico Cell – mostraram que as células produzidas em laboratório poderiam produzir insulina e controlar os níveis de açúcar no sangue por muitos meses.
"Foi gratificante saber que podemos fazer algo que sempre acreditamos ser possível", disse Melton. "Estamos atualmente a um passo pré-clínico para cruzar a linha de chegada".
Seus filhos, porém, não se mostraram tão impressionados: "Acredito que, como crianças, eles sempre pensaram que como eu disse que faria isso, eu conseguiria".
Mas quando as células beta forem injetadas em uma pessoa, elas também serão atacadas e destruídas pelo sistema imunológico. Por isso, será necessário fazer mais pesquisas antes que o recurso se transforme em uma cura.
Mudança de rumo
Sarah Johnson, da organização beneficente JDRF, que financiou o estudo, disse à BBC: "Não é uma cura, é um grande passo nesse caminho. É um tremendo passo à frente".
"Substituir as células que produzem insulina e desligar a resposta imunológica que causa a diabetes é um objetivo de longo prazo".
O professor Chris Mason, um cientista especializado em células tronco da University College London afirmou: "A descoberta científica é fazer células funcionais que curem um rato diabético, mas uma descoberta médica maior é conseguir produzir células funcionais em uma escala grande o suficiente para tratar todos os diabéticos".
"Se essa tecnologia de escala provar que funciona tanto na área clínica quando na área de manufatura, o impacto no tratamento de diabetes vai ser uma descoberta revolucionária semelhante aos antibióticos em relação às infecções bacterianas."
A pesquisadora Gillian Morrison, da Universidade de Edinburgh, concorda que isso "representa um avanço real no campo".
"O próximo desafio importante será encontrar maneiras de manter essas células dentro do corpo para que elas se protejam da resposta do sistema imunológico para terem uma função de longo prazo".
O Brasil é o quarto país do mundo em número de portadores de diabetes, atrás de China, Índia e Estados Unidos, de acordo com a International Diabetes Federation (IDF). Os números levam em conta pessoas com idade entre 20 e 79 anos.
No ano passado, o Brasil tinha 13 milhões de portadores, número que poderá subir para 592 milhões em 2035, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Para cada caso diagnosticado, estima-se que haja um sem diagnóstico e, deste total, 1 milhão são crianças.



Cientistas transformam células-tronco em 'assassinas' de câncer


Cientistas da Escola de Medicina de Harvard descobriram um jeito de transformar células-tronco em "máquinas" para lutar contra o câncer cerebral. Em uma experiência com ratos, as células-tronco foram geneticamente modificadas para produzir toxinas que podem matar tumores no cérebro sem matar as células normais.
Pesquisadores dizem que o próximo passo seria testar esse processo em seres humanos. "Depois de fazer toda a análise molecular e de imagem para controlar a inibição da síntese de proteínas dentro de tumores cerebrais, nós vimos as toxinas matarem as células cancerígenas", explicou Khalid Shah, principal autor da pesquisa e diretor do Laboratório de Neuroterapia no Hospital de Massachusetts e na Escola de Medicina de Harvard.
"Toxinas para matar o câncer têm sido utilizadas com grande sucesso em uma variedade de tumores sanguíneos, mas eles não funcionam bem em tumores sólidos, porque os tumores não são tão acessíveis e as toxinas têm uma vida curta."
Mas geneticamente, a manipulação de células-tronco pode ter mudado tudo isso, segundo Khalid Shah. "Agora, temos células-tronco resistentes a toxinas que podem fazer e liberar essas drogas que matam o câncer", explicou.
Estudo
O estudo, publicado no jornal científico "Células-tronco", foi resultado de um trabalho de cientistas do Hospital de Massachusetts e do Instituto de Células-Tronco de Harvard.
Eles passaram muitos anos estudando uma terapia com células-tronco que pudesse curar o câncer – a ideia seria que as células-tronco produzissem algo capaz de matar células cancerígenas, mas que não tivesse efeitos negativos sobre as células normais – ou seja, as células saudáveis não teriam risco algum de serem atingidas pela toxina.
Os cientistas, então, modificaram geneticamente as células-tronco para conseguir fazer isso.
Nos testes em animais, as células-tronco foram colocadas no gel e depois em um tumor cerebral depois de ele ter sido retirado. As células cancerígenas morreram na hora, como se elas não tivessem nenhum tipo de defesa contra a toxina.
Cautela
Para Nell Barrie, cientista do Instituto de Pesquisa de Câncer do Reino Unido, o estudo teve resultados excelentes, mas é preciso ter cautela porque ele traz uma "abordagem engenhosa". "Precisamos urgentemente de melhores tratamentos para tumores cerebrais e isso pode ajudar em um tratamento direto exatamente onde ele é necessário."
"Mas até agora a técnica só foi testada em ratos e em células cancerígenas em laboratório. Muito trabalho ainda precisa ser feito antes de nós afirmarmos se esse tratamento é eficiente e pode ajudar os pacientes com tumores cerebrais", completou.
Nell reiterou que esse tipo de pesquisa poderia ajudar a aumentar as taxas de sobrevivência e trazer progresso muito importante para a cura do câncer cerebral. Já Chris Mason, professor de medicina regenerativa na Universidade de Londres, disse que esse estudo é "bastante inteligente e indica que há uma nova onda de tratamentos contra o câncer surgindo".
"Isso mostra que podemos atacar tumores sólidos colocando mini-farmácias dentro do paciente que liberam as toxinas diretamente no tumor." "Essas células-tronco podem fazer tanta coisa. É assim que o futuro será."
Pesquisadora usa células-tronco de dente para regeneração óssea em SP



Uma pesquisadora de Ribeirão Preto (SP) participa de um estudo inédito no mundo que utiliza as células-tronco de dentes de leite para regeneração de ossos da face. A pesquisa é realizada por integrantes do laboratório de genética do Instituto Butantan, em São Paulo, que nesta semana recrutaram voluntários para participar de testes ao apresentar a novidade na região.

Segundo a doutoranda Camila Fávero, da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), cinco cirurgias já foram feitas utilizando a técnica, que começou a ser desenvolvida há 12 anos pela geneticista Irina Kerkis. O material é desenvolvido para ser aplicado em casos como traumas em acidentes, amolecimento da arcada dentária, motivado por problemas como cárie e gengivite, ou perda óssea em decorrência da idade ou doenças degenerativas.








Regeneração
Nos dentes de leite as pesquisadoras perceberam um material mais eficaz na reconstrução de tecidos musculares e na regeneração de ossos do rosto. “A técnica tem 100% de aceitação pelo corpo, sem nenhum risco de causar rejeição”, comentou Camila. Testes que garantiram a eficácia do método foram utilizados para a pesquisa ser aprovada por órgãos capacitados e não barra em questões éticas, como o uso de células-tronco de medula óssea, por exemplo.

O material é recolhido de dentes de leite caídos recentemente, de pessoas próximas, como filhos, netos ou sobrinhos. A pesquisa teve início quando Irina resgatou um dente de um dos netos dela.  “Esse dente foi recolhido praticamente do chão, a polpa foi isolada e partir disso começou a cultura da célula”, explicou a geneticista.

A pesquisa conseguiu recursos para fazer 30 cirurgias em pacientes que tenham problemas degenerativos nos ossos do rosto. Até o momento, cinco pessoas já foram operadas e o resultado, por enquanto, impressiona. “Formou um osso com mais estabilidade, melhor vascularização e reduziu o processo inflamatório e a dor”, comentou Camila.






O que são células-tronco?

São células com capacidade de autor renovação e de diferenciação em diversas categorias funcionais de células (Figura 1). Ou seja, as células-tronco têm capacidade de se dividir e se transformar em outros tipos de células. Elas podem ser programadas para desenvolver funções específicas, uma vez que se encontram em um estágio em que ainda não estão totalmente especializadas. Abaixo veremos os tipos de células-tronco existentes.


Quais são os tipos de células-tronco?


São três os principais tipos de células-tronco. As células-tronco embrionárias e as adultas (encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical), que têm fontes naturais. E as células pluripotentes induzidas, que foram obtidas por cientistas em laboratório em 2007.

O que são as células-tronco embrionárias?


São as células chamadas de pluripotentes, pois têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. São encontradas no interior do embrião, quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação). Na Figura 2, a região circulada em vermelho é chamada Massa Celular Interna e é esta massa de células que chamamos de células-tronco embrionárias.