sábado, 10 de outubro de 2015

Breve Histórico sobre as Células-tronco Embrionárias

As primeiras linhagens de células-tronco embrionárias foram derivadas em 1981, a partir de embriões de camundongo.

As dificuldades técnicas, além das questões legais e éticas envolvidas, atrasaram a derivação das primeiras linhagens humanas. Só em 1998 (17 anos após a derivação da linhagem de camundongo), foram descritas as primeiras linhagens de células-tronco embrionárias humanas. Uma delas é chamada H9 e é até hoje a mais utilizada em pesquisa,  já que as células podem ser expandidas (pelo processo de auto-renovação) e congeladas. Estas linhagens foram obtidas a partir da massa celular interna de blastocistos humanos, produzidos por fertilização in vitro. Os embriões usados seriam descartados e foram doados para pesquisa, com o consentimento informado dos doadores.

Desde então, várias linhagens de células-tronco embrionárias têm sido derivadas em diferentes locais em todo o mundo, e esse campo de pesquisa segue crescendo. No Brasil, a primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas foi derivada em 2009, pelo grupo do LaNCE-SP, coordenado pela Profª Lygia Pereira.

O desenvolvimento dessa tecnologia trouxe novas perspectivas para o estudo do desenvolvimento e embriogênese humana, para as terapias celulares e para a descoberta e teste de novos fármacos.

De acordo com seu potencial de diferenciação, as células-tronco são classificadas em três níveis diferentes: células totipotentes, pluripotentes e multipotentes.

Células-tronco Totipotentes


Células-tronco totipotentes são o único tipo capaz de originar um organismo completo, uma vez que têm acapacidade de gerar todos os tipos de células e tecidos do corpo, incluindo tecidos embrionários e extra embrionários (como a placenta, por exemplo). Os únicos exemplos de células-tronco totipotentes são o óvulo fecundado (zigoto) e as primeiras células provenientes do zigoto, até a fase de 16 células da mórula inicial (um estágio bem precoce do desenvolvimento embrionário, antes do estágio de blastocisto)


Células-tronco Pluripotentes

 
As células-tronco pluripotentes têm a capacidade de gerar células dos três folhetos embrionários (tecidos primordiais do estágio inicial do desenvolvimento embrionário, que darão origem a todos os outros tecidos do organismo. São chamados de ectoderma, mesoderma e endoderma). Em oposição às células-tronco totipotentes, as células pluripotentes não podem originar um indivíduo como um todo, porque não conseguem gerar tecidos extra-embrionários. O maior exemplo de células-tronco pluripotentes são as células da massa celular interna do blastocisto, as chamadas células-tronco embrionárias (Figura 2).

Recentemente, cientistas desenvolveram uma técnica para reprogramar geneticamente células adultas – diferenciadas – para um estado pluripotente. As células geradas por essa técnica são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida (iPS, da sigla em inglês induced pluripotent stem cells) e apresentam características muito parecidas com as células-tronco pluripotentes extraídas de embriões


Células-tronco Multipotentes


As células-tronco multipotentes têm a capacidade de gerar um número limitado de células especializadas. Elas são encontradas em quase todo o corpo, sendo capazes de gerar células dos tecidos de que são provenientes. São responsáveis também pela constante renovação celular que ocorre em nossos órgãos. As células da medula óssea, as células-tronco neurais do cérebro, as células do sangue do cordão umbilical e as células mesenquimais são exemplos de células-tronco multipotentes.



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

ESPAÇO DAS CHARGES...



























Dentes de Proveta

Não costumamos dar valor a eles até que caiam ou necessitem de reparos substanciais. E as opções são cruéis: ficar sem os dentes perdidos ou substituí-los por próteses inertes. No mundo ocidental, aproximadamente 85% dos adultos já sofreram algum tipo de tratamento dentário. Cerca de 7% perderam um ou mais dentes antes dos 17 anos. Após os 50 anos, a média de dentes perdidos por pessoa é de 12.

Teoricamente, o melhor dente de substituição possível seria feito a partir do tecido do próprio paciente e cultivado no próprio local do dente, mas realizar essa obra de bioengenharia não passava de sonho até pouco tempo. Progressos no entendimento do desenvolvimento dentário, combinados com avanços da biologia de células-tronco e da tecnologia de engenharia tecidual nos aproximaram da realidade dos dentes de substituição biológicos.

Além do potencial benefício para pessoas que precisam de novos dentes, essa pesquisa oferece duas vantagens significativas para testar o conceito de substituição de órgãos: os dentes são de fácil acesso e, embora sua presença aumente substancialmente a qualidade de vida, eles não são essenciais para viver. Esses pontos parecem triviais, mas, com a chegada da primeira onda de órgãos de substituição às clínicas, os dentes servirão como um teste crucial para a viabilidade de diferentes técnicas de engenharia tecidual. Com órgãos essenciais à vida os médicos não terão margem de segurança para cometer erros mas, em se tratando de dentes, os erros não apresentam riscos à vida e ainda podem ser corrigidos.

Isso não quer dizer que a engenharia dentária seja algo simples. Foram necessários milhões de anos de evolução para o estabelecimento dos complexos processos de produção de órgãos, inclusive de dentes, durante o desenvolvimento embrionário. O desafio dos engenheiros de tecidos é replicar tais processos, rigorosamente controlados pelos genes do embrião em crescimento. Por isso, uma boa forma de aprender a produzir dentes é observar como a Natureza o faz.






CLONAGEM TERAPÊUTICA


Tratamento com Células Tronco

As células tronco são células relativamente não diferenciadas e ainda tem a capacidade de se transformar em diferentes tipos de células para exercer funções diferentes.
A característica mais notável das células-tronco é sua capacidade de reproduzir uma célula completamente nova, normal, e ainda mais jovem. Como resultado, as pessoas podem utilizar suas próprias células tronco ou as células-tronco de um doador, ou células-tronco derivadas de tecidos ou órgãos, para substituir o envelhecimento de órgãos ou tecidos doentes. Este tratamento permite uma vasta gama de doenças e lesões, muitas das quais não poderiam ser tratadas com os métodos tradicionais de medicina. Além de reproduzir novas células e fornecer substituição celular, uma função importante (e, a explicação para a maioria dos benefícios do tratamento de células-tronco) é fornecer ao corpo os fatores celulares para ajudar a encorajar as seguintes funções: 
1. Regulação imunológica
2. Desaceleração da morte celular (apoptose)
3. Estimulação da diferenciação de células do próprio paciente
4. Neoangiogênese (criação de novos vasos sanguíneos que permite uma melhor irrigação em áreas danificadas)
5. Reduzir cicatrizes
6. Melhorar a condução elétrica entre as células É importante notar que geralmente há muito pouca ou nenhuma preocupação por parte de cientistas informados ou imparciais sobre células tronco do sangue do cordão umbilical, células tronco mesenquimais de cordão umbilical e derivadas da medula óssea, ao contrário das células tronco embrionárias ou células-tronco fetais, causando câncer e tumores. Nenhum dos mais de 15.000 pacientes que foram tratados com as células-tronco da Beike desenvolveram câncer devido ao tratamento. Na realidade, atualmente os investigadores estão encontrando maneiras de usar células-tronco adultas derivadas do cordão umbilical chamadas de células ‘assassinas’ para atacar tumores e tratar pacientes com câncer.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cão volta a andar depois de tratamento com células-tronco no PA

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, em parceria com o Instituto Evandro Chagas, desenvolve uma pesquisa que utiliza células-tronco para ajudar na recuperação de movimentos de cães vítimas de fraturas na medula espinhal ou de vírus que paralisam os membros. Um dos cachorros que fazem parte da pesquisa recuperou os movimentos das patas traseiras em pouco tempo. O tratamento ainda está em fase experimental e ainda não está disponível para a comunidade.
“Ele conseguiu levantar, andar e quer até correr”, conta a fisioterapeuta Silvia Gatti sobre a atual situação de seu cão Bradock, um vira-lata de seis anos.

Nos dois últimos meses, a situação de Bradock mudou. O cão recuperou os movimentos, um resultado que surpreendeu os médicos veterinários e os donos do animal. “Nos indicaram até que sacrificássemos o animal. Meu marido não se conformou e mudou de médico. Foi quando ficamos sabendo da pesquisa da UFRA. O Bradock andava se arrastando pela casa, e na primeira semana de aplicação já apresentou reações nas patas traseiras, contrações e vários sinais de melhora, que fomos percebendo ao longo dos dias”, diz Silvia.

Pesquisa
O trabalho é desenvolvido por uma equipe formada por três cirurgiões, dois anestesistas, um radiologista, um clínico geral, alunos da graduação e pós-graduação da UFRA e a equipe do Laboratório de Citogenética e Cultivo Celular do Instituto Evandro Chagas. A pesquisa é coordenada pela médica veterinária Érika Branco, doutora em Ciências, que trabalha com células-tronco desde 2004. O objetivo é conseguir resultados eficazes para que no futuro o tratamento seja oferecido de forma gratuita para a população.
“Estamos trabalhando em dois projetos: um busca recuperar o movimento de cães que sofreram trauma medular, principalmente após atropelamento ou maus tratos, sofrendo fratura da coluna, com secção total ou parcial da medula espinhal; o outro é com animais com sequelas neurológicas após terem contraído o vírus da cinomose, ocasionando, assim, paralisia dos membros”, explica a pesquisadora.
Na pesquisa, é retirado um fragmento de gordura próprio animal, o que elimina os riscos de rejeição. É o Instituto Evandro Chagas que cede o espaço do Laboratório de Citogenética e Cultivo de Células para que os pesquisadores realizem a conversão do tecido da gordura em células-tronco, que apresentam capacidade de autorrenovação e diferenciação em múltiplos tipos de células-órgão específicas.
Mas, apesar dos resultados positivos, a veterinária alerta sobre a necessidade de muita pesquisa, estudo e experimentação para que os resultados se confirmem. “O que nos preocupa é o comércio irresponsável que está ocorrendo no mercado, com células-tronco sendo vendidas por R$ 2 mil por aplicação e ainda sem eficácia comprovada, já que tudo ainda é muito experimental e falta literatura científica sobre esse assunto”, diz a pesquisadora.